segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Então é assim:
  • Disciplina: Português;
  • Falar com pessoas e tirar conclusões para o seguinte:

Será que os portugueses, lisboetas em especial, são mais tristes, na maneira de ser e de agir, do que, por exemplo, os espanhóis em Madrid ou Barcelona?


Passo aqui um excerto do artigo em questão:

A cortina da tristeza
Por: Faíza Hayat

"Uma cortina de tristeza separa Portugal da Espanha.(...) Chego a Lisboa ao crepúsculo, e logo me acodem a memória os versos de Cesário Verde: "Nas nossas ruas, ao anoitecer,/Há tal soturnidade, há tal melancolia,/Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia/Despertam-me um desejo absurdo de sofrer". Por contraste as tardes de Barcelona ou em Madrid, sobretudo chegando a Primavera, anunciam festa. As multidões saem para as avenidas, enchem as esplanadas e os cafés, como se estivessem ali para celebrar a inauguração do mundo. Pergunto-me, muitas vezes, porque somos tão diferentes; de onde nos vem afinal esta melancolia, este desejo absurdo de sofrer?
(...)Pressinto que existe uma ligação entre o luto e a saudade. Nós, os portugueses, somos ensinados a caminhar para o futuro de olhos postos no passado; ou seja, caminhamos de costas para o futuro. Não admira que, volta e meia, tropecemos. Assim que um português nasce dizem-lhe – tens oitocentos anos. E mostram-lhe, lá muito ao fundo, Dom Afonso Henriques combatendo os Mouros. Mostram-lhe as pequenas naus aventurando-se sobre mares de tormenta (…) A pobre criança cala-se, muda de pavor, sentindo pesar-lhe sob os membros frágeis a opressão dos séculos. Não tem forças já para cruzar a rua – quanto mais para navegar. Não tem forças nem para levantar a voz -- quanto mais para guerrear (…)”

4 comentários:

nightcrawler disse...

Por acaso esse é um tema que até me interessa. Eu acho que a palavra usada pela autora do texto, tristeza, é demasiado forte. Aquilo que caracteriza os portugueses é a melancolia (my opinion). Em relação a essa ideia de vivermos virados para o passado em vez de ver para o futuro, parece-me verdade; os portugueses deixaram de sonhar com o futuro depois de perderem o império ultramarino; a partir daí passaram a acomodar-se ao que tinham, e hoje vivem a situação que vivem (isto vai parar àquela conversa das eleições).
Uma curiosidade, para quem não sabe, mas que também tem a ver: a língua portuguesa é a única em que existe a palavra saudade na acepção que lhe damos, e em que pode ser dito "eu tenho saudades". Essa expressão não pode ser traduzida para outras línguas.

João Roque disse...

Não podia estar mais de acordo com o comentário anterior...

Paula Baltazar Martins disse...

Eu concordo totalmente!

O tipíco português (que já tem a sua casa e família) segue do trabalho directamente para casa, porque tem que tratar do jantar, do filhos, ver a novela...

Os espanhóis vão até uma esplanada e convivem com os amigos, falam, riem... Os próprios filhos, mesmo muito pequenos, já fazem parte deste ritual.

As nossas espalanadas em Lisboa ao fim da tarde estão cheias, mas cheias de turistas que decoram as nossas ruas.

É uma forma de estar diferente, os espanhóis têm as sevilhanas e o flamenco, nós temos o fado, logo neste aspecto percebemos a diferença.

Jamais trocaria este cantinho, mas é uma verdade que eles sabem viver melhor a vida do que nós, logo acabam por ser mais felizes.

Anónimo disse...

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