Desde pequenos que nos perguntam o que queremos fazer quando formos grandes.
Se nessa altura achavam engraçado, e eu também achava, quando eu respondia que “queria ser astronauta ou paleontóloga ou outra coisa qualquer”, agora não acham tão engraçado quando não sei bem o que quero fazer da minha vida profissional. Nem eu acho engraçado.
Há medida que vou passando de ano e avançando no ensino escolar, deparo-me com cada vez mais decisões que irão marcar o resto da minha vida. Para o ano é uma das escolhas mais importantes, se não a mais importante: a escolha do curso.
Desde a infantil que já pensei em inúmeras profissões, mas só no 9º ano é que achei ter a certeza do que queria fazer. Queria seguir a área de Desporto. Daí ter escolhido a área de ciências para fazer o secundário.
Rapidamente me apercebi que essa escolha não era o que eu realmente queria. Sempre gostei de desporto, mas dizia que queria essa área por outros motivos.
A partir daí tive de começar a pensar em profissões, e agora sem o espírito de brincadeira. Vejo os meus colegas a saberem o que querem fazer, vejo alguns que sabem desde sempre o que querem fazer, e eu nada.
Até que chegou outra certeza. Se nos primeiros testes vocacionais que fiz, esta nova área era a menos aconselhada, fui crescendo e começou a ser a única que fazia sentido. Direito, a luta pela justiça e igualdade que sempre quis, e que fui ganhando capacidades para isso. Daí a inscrever-me para o exame de acesso à faculdade, História, passaram-se dois anos com esta certeza, e obti bons resultados. Esta área poderá proporcionar-me conhecimentos que eu sempre quis, e fazer carreira profissional em áreas que me fascinam cada vez mais, e é quase perfeita para mim.
Quase perfeita. Neste momento vejo as minhas decisões definitivas a quererem mudar de novo. Mas, de uma certa forma, parece-me que estou a desistir de uma área antes de sequer a experimentar, e esta sensação perturba-me.
Para algumas pessoas ter vários gostos pode ser bom, mas para mim é frustrante. E faz-me pensar se algum dia conseguirei sentir-me realizada profissionalmente com a escolha que fizer. Seja ela qual for.
É este o, provavelmente único, motivo porque eu gostava de ser imortal, ou ter pelo menos 300 anos. Para poder estudar todas as áreas que gostaria de saber.
Alguma dica para me ajudar a escolher?