A maioria das pessoas tem medo daquilo que não conhece, tem medo de mudar.
A primeira vez que senti este medo foi quando mudei de escola, para o 5º ano. Andava a ter pesadelos com os meus amigos e depois percebi que era porque tinha receio de deixar de os ver. Ia para uma escola nova, novas pessoas, pessoas essas que eu não conhecia.
Lá entrei para a escola e durante 5 anos aquela escola foi a minha casa. Conheci muitas pessoas, habituei-me aquela rotina, aqueles sítios, sentia-me segura.
Mas no final do 9º ano voltei a sentir o mesmo medo, desta vez não só por mudar de escola.
Estava numa altura em que não sabia bem quem era, em que fugia daquilo que sentia. Isso a juntar a saber que iria para um novo sitio que não conhecia, com pessoas que não conhecia, provocava-me muita ansiedade.
Para uma pessoa que não queria que nada mudasse, que tudo se mantivesse na mesma – as pessoas, os locais, os gostos amorosos…. – saber que a vida vai dar uma volta gigante era mau.
Mas felizmente temos de avançar e mudei de sitio, sitio este que se tornou a minha nova casa, com pessoas que se tornaram os meus novos amigos, sem nunca esquecer uma mão cheia de amigos que guardei das centenas de pessoas que conheci no meu percurso escolar.
O não ficar presa ao passado fez-me mudar, fez-me descobrir quem era, fez-me conhecer coisas novas, fez-me gostar de outras coisas. Deu-me experiências, momentos, histórias que vou recordar, com uma saudade contente e não uma frustração por ter passado.
E agora, ao fim de mais 3 anos, vejo de novo a minha vida mudar, outra vez radicalmente, para uma nova etapa.
E pela primeira vez, não tenho medo.
As coisas mudam, nós mudamos, e isso não é mau. Faz parte da vida.
Aprendi que não podemos ficar presos ao passado, se não, nunca saberemos aquilo que o futuro nos espera.